16 de jan. de 2013

Filme Branded: o imaginário cultural e social escravo do mundo das corporações

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Filme Branded: o imaginário cultural e social escravo do mundo das corporações

Os melhores filmes produzidos não vão estar no cinema próximo de você (somente os piores, e isso eles falam abertamente). E um dos melhores filmes deste ano foi “Branded”. Ele é um filme, mas com cara de documentário. Ficção, mas recheado de realidade. Este filme conta a história de Misha um estudante de história russo que ousadamente abre uma agencia de marketing na Rússia logo após o processo de abertura (Perestroika).

Ele obtém algum sucesso, mas sua carreira realmente muda quando uma agência de marketing norte-americana o recruta para ser “espião”. De fato, esse nosso personagem passa a ser um informante das transformações sociais que ocorrem na Rússia com a introdução maciça de grandes corporações neste país.  O filme vai narrando as transformações que são estimuladas e coordenadas por grandes agencias de publicidade, grandes corporações de fast-food com o aval do governo que vão produzindo mudanças de hábitos na população. Ficção isso? (gargalhadas).

O fato é que Misha passa por uma transformação espiritual (não vou contar os detalhes para não atrapalhar a surpresa) e começa a ter consciência de que o mundo é muito mais do que dinheiro e poder. Ele passa a ver esse crescente domínio das corporações como algo maléfico. Passa a ver o lado espiritual deste mundo aparentemente materialista. Começa a perceber que estas corporações se alimentam dos desejos e expectativas pessoais das pessoas. Expectativas de serem amadas e cuidadas passam a serem traduzidas em produtos e serviços. Esta triste? Ninguém te ama? Não consegue estabelecer relacionamentos sólidos? Bom vá ao McDonalds e tenha um “dia feliz”. Não fique triste vá a um shopping e se “dê um presente”. Compre uma roupa nova “e mude o astral”.

As grandes corporações não somente “tomam” seu dinheiro, mas roubam suas expectativas humanas na medida em que substituem o contato humano (amor, casamento, relacionamentos, amizades, momentos) por produtos materiais. Nos tiram do relacionamento compartilhado para nos colocar no mundo dos produtos possuídos. O ter algo é melhor do que estar com alguém. Ou estar com alguém só é possível se você tiver algo. Conseguir alguém para estar com você só se você tiver um carrão (ai chove de mulher, chove de relacionamento) ou um bom emprego ou um belo apartamento. Pessoas são lesadas não somente em termos financeiros, mas também em termos emocionais. O filme mostra essa faceta que até então era difícil de retratar, mas a brilhante idéia de retratar as corporações como monstros que se alimentam de desejos e expectativas e que crescem cada vez mais na medida em que as pessoas passam constantemente a traduzir seus sentimentos em consumo é brilhante.

Filme muito bom! Recomendo a todos! O link:

2 comentários:

  1. A idéia do filme realmente é boa, mas o filme, no final das contas, é péssimo!! Não recomendo quem percam seus tempos assistindo... Esse texto aqui do site já explica exatamente tudo que o filme quer mostrar, nem precisa perder tempo assistindo!!

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  2. Verdade Gabril! A idéia do filme foi realmente fantástica, mas gastaram muito pouco dinheiro na produção do mesmo. Embrulha o estomago de ver as cenas tão mal feitas...kakakkaka

    Mas, ainda assim dá para captar bem a mensagem!

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