Capítulo II – Parte 1 – Teoria Geral
da Administração: antecedentes históricos da Administração
A história da administração como
disciplina científica ou acadêmica é relativamente recente, mas a atividade
humana visando organização data das primeiras sociedades coletoras e caçadoras.
O homem, enquanto coletividade, sempre procurou se organizar de forma a
aumentar a sua produtividade. Caçando em grupo o homem era muito mais produtivo
do que caçando individualmente. E hoje não é diferente!! Empresas são grupos de
pessoas organizadas buscando vantagens (dinheiro, posição, prestigio, lucro) em
vista da coletividade circundante.
Influência dos Filósofos
Mas, a história da administração
como disciplina acadêmica nascem em paralelo com o nascimento, difusão e
consolidação do capitalismo. O grande impulsionador da administração é a busca
constante de lucro e essa busca só é concretizada por uma organização cada vez
mais conectada e eficiente em termos de produção e distribuição de produtos,
bens ou serviços. O autor Idalberto Chiavenato vai buscar na filosofia grega as
bases para compreender como a administração já estava sendo desenvolvida como
ideia estruturante da sociedade capitalista contemporânea. Para ele “Sócrates,
filósofo grego, a administração é uma habilidade pessoal separada do
conhecimento técnico e da experiência”, mas para Platão “a administração estava
diretamente ligada a forma democrática de governo e da administração dos
negócios públicos” e ainda para Aristóteles a administração era ainda mais
complexa e poderia ser compreendida de três formas distintas:
1 - Monarquia ou governo de um só
(que pode redundar em tirania)
2 - Aristocracia ou governo de uma
elite (que pode descambar em uma oligarquia)
3 - Democracia ou governo do povo
(que pode degenerar em anarquia)

1) princípio da dúvida
sistemática: não aceitar nada em primeira instância, mas questionar com base em
evidências bem claras. Se há alguma dúvida em relação a algo ela deve ser
explorada ao máximo e não ignorada.
2) princípio da análise ou da decomposição:
dividir os problemas em partes menores para poder analisar onde uma determinada
“peça” se encaixa na outra e buscar
descobrir falhas ou melhorar as conexões que existem entre uma e outra. O questionamento
não é sobre o projeto como um todo, mas sobre as partes que o compõe então é
preciso decompor para achar onde estão os detalhes falhos que podem comprometer
o projeto inteiro. É a chamada crítica construtiva que ao invés de desqualificar
algo procura melhorar as partes frágeis ou fracas.
3) Princípio da Síntese ou da
decomposição: consiste em ordenar os pensamentos ou as situações de forma mais
objetiva possível começando pelas partes que são extremamente claras e
avançando para as que são mais questionáveis de forma gradual. Analisar os pontos
fortes reforçando e elogiando e questionando e procurando melhorar os pontos fracos
de forma construtiva.
4) Princípio da enumeração ou da
verificação: consiste em fazer o chamado check list de todas as peças ou ações
a serem implementadas até que elas estejam prontamente alinhadas e prontas para
entrar em pleno funcionamento.
Como podemos ver esse método
serve de base para ações práticas em várias áreas até o dia de hoje “o método
cartesiano teve influência decisiva na Administração: a Administração Científica,
as Teorias Clássicas e a Neoclássica tiveram muitos dos seus princípios
baseados na metodologia cartesiana” (pag. 31).
Para Thomas Hobbes (1588-1679), os homens não poderiam viver em
sociedade sem uma força organizadora (o Estado), pois “na ausência do governo,
os indivíduos tendem a viver em guerra permanente e em um interminável conflito
para obtenção de meios de subsistência” (pag 31) por isso a necessidade do
Estado ser o grande administrador social através do “pacto social”.
Para Jean Jack Rousseau (1712-1778)
o contrato social (e não pacto, uma forma mais democrática de ver as coisas) realmente
é necessário “o contrato social é um acordo entre os membros de uma sociedade
pelo qual reconhecem a autoridade igual sobre todos de um regime político,
governante ou de conjunto de regras” (pag 31). Para Rousseu não há necessidade
de um pacto (esse é visto desta forma porque leva em conta a tendência inata do
homem para a violência quando seus recursos são ameaçados) e sim de um contrato
(este é visto como um contrato porque o homem é visto como bom e perfeitamente
capacidade para viver em comunidade) como afirma o autor “o homem é por
natureza bom e afável e a vida em sociedade é que o deturpa”.
As concepções de “humanidade” e “vida
em sociedade” é que vão dando a tónica sobre como o processo de administração
deve ser desenvolvido e implementado. Para Karl Marx (1818-1883) o Estado (e
consequentemente a teoria que o sustenta: a administração) nada mais é do que
uma forma de dominação política e econômica da sociedade por meio de uma classe
social dominante e exploradora “o Estado ver a ser uma ordem coativa imposta
por uma classe social exploradora. No Manifesto Comunista o autor afirma que a
história da humanidade é uma história de luta de classes” (pag.31). O autor
afirma que em qualquer tempo histórico o Estado e as técnicas de organização administrativas
sempre privilegiaram as elites em detrimento da grande massa e por não podem
ser consideradas benéficas sem se analisar “a quem” ou a “que classe” elas
estão beneficiando. Nem o Estado nem a administração são neutros ou científicos
neste caso.
Exercício A analista de O& M –
Anamaria Montes
Pergunta: Faça uma correspondência
entre o método de trabalho de Anamaria e o método cartesiano.
Resposta: o trabalho de consultoria
de Anamaria tem uma correspondência direta com o método cartesiano que consiste
em 4 princípios fundamentais: dúvida sistemática, análise e decomposição,
síntese e decomposição e enumeração e verificação. O trabalho de Anamaria é
atestar o perfeito funcionamento na empresa analisando e decompondo os
processos que integram a organização.
Influência da Igreja
A Igreja acabou ser a grande
herdeira do conhecimento acumulado durante séculos no que se refere a
administração dos Estados porque ela própria (por conta da sua abrangência,
influência e extensão territorial) acabou por se constituir um verdadeiro
Estado. Dai o nome “Estado do Vaticano”. Se olharmos a estrutura do Vaticano
(papa – o CEO – presidente; os arcebispos e bispos como a diretoria até os
padres e fieis) realmente é possível reconhecer uma estrutura administrativa
muito similar as organizações contemporâneas.
Influência do Exército
Outra área que também cooperou e
se beneficiou do desenvolvimento da organização e da administrativa sem dúvida
foi os vários tipos de organização militar que existem no mundo. Um dos mais
consagrados autores sem dúvida é Sun Tzu (um general filósofo chinês) que tratou
detalhadamente (na forma mais pura da administração) em seu livro “A Arte da
Guerra” de como administrar uma situação de guerra e conflito detalhando
táticas, estratégias e sistemas logísticos.
“A organização linear tem suas origens
na organização militar dos exércitos da Antiguidade e da época medieval. O princípio
da unidade de comando (pelo qual cada subordinado só poder ter um superior) é o
núcleo das organizações militares. A escala da hierarquia – ou seja, os escalões
hierárquicos de comando com graus de autoridade e responsabilidade – é um
aspecto típico da organização militar utilizado em outras organizações” (pag 32)

Exercício: a inspiração de
Armando
Pergunta: Na verdade, será que Armando
é realmente um inovador? De onde Armando tirou essas ideias?
Resposta: De fato, Armando não é um
inovador no sentido de ser o fundador do conceito de hierarquia e assessoria,
mas ele é sim um inovador em termos de implementação na medida em que ele torna
a organização dele mais eficiente ao implementar métodos mais eficazes que
geram uma produtividade ainda maior. A inovação não advém apenas da área
conceitual (ideias), mas também advém em termos de implementação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Acesse meu site e tenha acesso a todo contéudo completo exposto aqui no site: www.geografiaonline.com.br