23 de set. de 2019

Capítulo II – Parte 2 – Teoria Geral da Administração: antecedentes históricos da Administração


Capítulo II – Parte 2 – Teoria Geral da Administração: antecedentes históricos da Administração

O processo de desenvolvimento social esteve sempre assentado na capacidade do homem se organizar e aumentar sua capacidade produtiva para atender suas demandas de crescimento. A Revolução Industrial talvez seja o período onde a questão do crescimento e da demanda sejam ainda mais evidentes. Com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736 – 1819), o salto de produtividade de concepção de trabalho deu um saldo sem precedentes diante das concepções anteriores., por isso a denominação Revolução Industrial porque de fato foi uma revolução. Ela é divida em duas épocas distintas:

1780 a 1860: 1 Revolução Industrial ou revolução do carvão e do ferro.

1860 a 1914: 2 Revolução Industrial ou do aço e da eletricidade

Esta 1 FASE da Revolução Industrial foi marcada pela mecanização da indústria e da agricultura. Essa revolução supriu as demandas das grandes cidades por alimento, roupa e transporte. Com alimento abundante o salário baixo era suficiente para comida, a abundancia de roupa baixava o preço deste produto outra caro e transporte servia para levar trabalhadores, mas também para transportar produtos para dentro da cidade (insumos, matéria-prima, alimentos vindos do campo etc) e também para transportá-los para fora (os diversos produtos fabricas nas grandes cidades que eram transportados para outras cidades ou regiões).

Na 2 FASE desta primeira Revolução as máquinas foram incorporadas as indústrias para produção de produtos e manufaturas gerando um enorme ganho de produtividade em relação ao trabalho humano. A 3 FASE Incorporou essas mesmas inovações a produção do sistema fabril (roupas) que até então era praticamente artesanal (pequenos artesãos fabricavam roupas em suas próprias casas) gerando um ganho de produtividade, concentração de produção e  um enorme desemprego (agora sem pedidos e sem renda os artesãos de cidades pequenas e médias passam a migrar para grandes cidades gerando um grande volume de mão-de-obra barata e mercado consumidor para as grandes fábricas em plena expansão).

A chamada 4 FASE foi a incorporação nestas inovações no transporte e comunicações. Agora além da produção ser cada vez maior, mais barata e mais precisa em termos de datas de entrega ela também precisa ser escoada (transportada) para outras regiões para serem vendidas. Todo um sistema de logística acoplado ao armazenamento e transporte foi desenvolvido. Em paralelo era também preciso saber “as demandas” (os pedidos) e as datas de entrega (distribuição) o que vem bem atendido pelo avanço dos sistemas de comunicação. “Morse inventa o telégrafo elétrico, surge o selo postal na Inglaterra, Graham Bell inventa o telefone em 1876” pg 34.

A partir de 1860 a Revolução Industrial entrou na sua 2 FASE onde o trabalho com aço (chapas de aço permitiram a produção de bens de consumo e principalmente o carro), o aperfeiçoamento do dínamo (parte fundamental da mobilidade da eletricidade em todo tipo de transporte urbano); a invenção do motor a combustão interna (automóveis, caminhões etc) etc. Tudo isso gerou uma enorme demanda por administrar o caos que se instalou nas grandes fábricas e nas grandes cidades. A administração passa a ser vista como uma solução não somente por autoridades governamentais, mas também pela ascendente classe industrial ávida por produtividade.

Exercício: a defesa de Eliana

Pergunta: Como você agiria no lugar da Eliana?
Resposta: a empresa “Dinosaurius” é obviamente uma alusão ao fato da empresa ser bem atrasada (para não dizer pré-histórica) em termos de administração, mas em relação ao que temos hoje em dia. A Revolução Industrial sem dúvida nenhuma foi um período de grande inovação, mas em vista do sistema de transporte, comunicação, logística e maquinas que temos hoje é uma ofensa atestar que uma empresa vive na “Era da Revolução Industrial”. Eu (no lugar da Eliana), afirmaria que todas as medidas estão sendo tomadas para adentrarmos na Era da Revolução Informacional (que é o período que vivemos hoje)

Influência dos Economistas Liberais

A partir do século XVII ficou evidente que o ritmo de inovações das indústrias era muito maior do que a capacidade dos Estados (governos nacionais) em legislar para criar condições para que esse crescimento fosse aproveitado ao máximo. Dai surgem as ideias liberais (liberar a economia da morosidade do Estado-Governo). Segundo “o liberalismo a vida econômica deve afastar-se da influência estatal, pois o trabalho segue os princípios econômicos e mão-de-obra está sujeita as mesmas leis da economia que regem o mercado de matérias primas ou comércio internacinal” (pag36). Os empresários queriam ter liberdade (liberais) para poder seguir a tendência do mercado global e não das leis nacionais.

Um dos grandes fundadores do liberalismo é Adam Smith (1723-1790) que postulou que o fundamento do liberalismo é a competição. O mercado não precisaria da mão do Estado-
Governo, mas a própria competição entre as empresas em um mercado livre seria gerida por uma “mão-invisível” que sempre estabeleceria “naturalmente” uma competição justa. Em seu livro “A Riqueza das Nações” o economista aponta que neste ambiente de competição e livre mercado as Nações precisa se aprimorar em termos de organização: “Para Adam Smith a origem da riqueza das nações reside na divisão do trabalho e na especialização das tarefas” (pag 37). Ou seja, precisam se organizar melhor o que quer dizer um melhor sistema administrativo para buscar mais eficiência e competir de forma competitiva no mercado global.

Karl Marx essa “mão invisível” era uma ficção que geraria em breve uma situação caótica na economia global “o capitalismo é um modo de produção transitório sujeito a crises econômicas cíclicas devido as suas contradições internas e constitui uma etapa do desenvolvimento da sociedade em direção ao modo de produção socialista e ao comunismo” (pag 37). Para o autor, o jogo da competitividade inevitavelmente iria gerar o caos e o sistema desmoronaria abrindo espaço para uma sociedade onde tudo fosse comum (comunismo, comuna, comum) ou seja, tudo de todos. De fato, o capitalismo no início deste período era caótico e muito mal organizado o que gerava um conjunto de revoltas e contestações que de fato perigavam para uma “Revolução do Proletariado” como de fato aconteceu com alguns países menos organizados. No entanto, a ameaça “vermelha” ou “comunista” acabou por levar ao um aprofundamento mais constante por métodos administrativos mais eficientes. Esse é um dos motivos da ascensão da administração como disciplina científica e acadêmica.

Metodologia de Gilberto: voltando ao caso introdutório

Pergunta: Você acha que Gilberto tem razão? Explique.
Resposta: Sem dúvida alguma Giberto tem razão em afirmar que o diagnóstico organizacional (análise e apontamento dos problemas e vantagens de uma organização) é sem dúvida mais importante que a terapêutica organizacional (ficar motivando as pessoas em uma espécie de terapia afim de que elas melhorem sua produtividade), no entanto o diagnóstico é só uma etapa inicial do processo de melhoria administrativa. É preciso avançar para a implementação efetiva das mudanças.

Influência dos Pioneiros e Empreendedores

As mudanças estruturais decorrentes da Revolução Industrial geraram muitas demandas por organização e consequentemente por administração. Até então a administração não era um conceito associado intimamente ligada as industrias ou a produção “antes de 1850 poucas empresas tinham uma estrutura administrativa que exigisse os serviços de um administrador em tempo integral” (pag 38). Mesmo grandes corporações relutavam em empregar administradores preferindo colocar “pessoas de confiança” do que profissionais que ainda carecida da devida formação (até então não havia cursos oficiais de administração). Esse era um desafio e tanto para os capitalistas e somando-se a esse fato havia a possibilidade real de uma “Revolução Comunista” em muitos países: “A organização era um desafio tão ou mais difícil do que a criação das empresas. A impressionante magnitude dos recursos que conseguiram reunir complicava tudo” (pag 40).

Neste período surgiram grandes corporações que se tornaram verdadeiros impérios (empire builders) como Standart Oil, Westinghouse e General Eletric que eram verdadeiros conglomerados globais que eram administrados ainda de forma “amadora”. Não demorou muito para que esses “castelos de areia” desmoronassem sem a devida organização administrativa. Quando os prejuízos apareceram o ambiente estava maduro para que a administração fosse reconhecida como elemento norteador e fundamental para uma nova era de prosperidade capitalista:

“Na virada do século XX, grandes corporações sucumbiram financeiramente. É que dirigir grandes empresas não era apenas uma questão de habilidade pessoal como muitos empreendedores pensavam. Estavam criadas as condições para o aparecimento dos grandes organizadores da empresa moderna. Os capitães da indústria (pioneiros e emrpreendedores) cederam lugar para os organizadores” pag 40.

Esse foi o processo de consolidação da administração como elemento fundamental do mundo corporativo moderno...

Exercício: a Estratégia da Regência Sapatos
Resposta: A chamada “estratégia de integração vertical” tem seu ponto forte na intensa redução dos custos operacionais devido a concentração de todas as etapas da produção (da matéria prima até o produtivo final) o que gera enormes economias em escala. Mas, o lado negativo desta estratégia é que limita a diversidade de produtos uma vez que manter uma operação vertical com várias matérias primas elevaria o custo e com isso se perde a vantagem da economia em escala. A “estratégia de integração horizontal” por sua vez também tem sua vantagem no fato de atender a públicos diversos dando autonomia as lojas locais para escolherem produtos de acordo com a demanda local, mas é limitada em termos de economia de escala uma vez que vai trabalhar com inúmeros fornecedores o que diminui o poder de barganha frente a eles. As duas estratégias tem seus pontos fortes e seus pontos fracos.




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