Capítulo II – Parte 2 – Teoria Geral
da Administração: antecedentes históricos da Administração
O processo de desenvolvimento
social esteve sempre assentado na capacidade do homem se organizar e aumentar sua
capacidade produtiva para atender suas demandas de crescimento. A Revolução
Industrial talvez seja o período onde a questão do crescimento e da demanda sejam
ainda mais evidentes. Com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736 –
1819), o salto de produtividade de concepção de trabalho deu um saldo sem precedentes
diante das concepções anteriores., por isso a denominação Revolução Industrial
porque de fato foi uma revolução. Ela é divida em duas épocas distintas:
1780 a 1860: 1 Revolução Industrial
ou revolução do carvão e do ferro.
1860 a 1914: 2 Revolução
Industrial ou do aço e da eletricidade
Esta 1 FASE da Revolução Industrial
foi marcada pela mecanização da indústria e da agricultura. Essa revolução supriu
as demandas das grandes cidades por alimento, roupa e transporte. Com alimento
abundante o salário baixo era suficiente para comida, a abundancia de roupa baixava
o preço deste produto outra caro e transporte servia para levar trabalhadores,
mas também para transportar produtos para dentro da cidade (insumos, matéria-prima,
alimentos vindos do campo etc) e também para transportá-los para fora (os
diversos produtos fabricas nas grandes cidades que eram transportados para outras
cidades ou regiões).
Na 2 FASE desta primeira Revolução
as máquinas foram incorporadas as indústrias para produção de produtos e manufaturas
gerando um enorme ganho de produtividade em relação ao trabalho humano. A 3 FASE
Incorporou essas mesmas inovações a produção do sistema fabril (roupas) que até
então era praticamente artesanal (pequenos artesãos fabricavam roupas em suas
próprias casas) gerando um ganho de produtividade, concentração de produção e um enorme desemprego (agora sem pedidos e sem
renda os artesãos de cidades pequenas e médias passam a migrar para grandes
cidades gerando um grande volume de mão-de-obra barata e mercado consumidor para
as grandes fábricas em plena expansão).
A chamada 4 FASE foi a incorporação
nestas inovações no transporte e comunicações. Agora além da produção ser cada
vez maior, mais barata e mais precisa em termos de datas de entrega ela também
precisa ser escoada (transportada) para outras regiões para serem vendidas.
Todo um sistema de logística acoplado ao armazenamento e transporte foi desenvolvido.
Em paralelo era também preciso saber “as demandas” (os pedidos) e as datas de
entrega (distribuição) o que vem bem atendido pelo avanço dos sistemas de comunicação.
“Morse inventa o telégrafo elétrico, surge o selo postal na Inglaterra, Graham
Bell inventa o telefone em 1876” pg 34.
A partir de 1860 a Revolução
Industrial entrou na sua 2 FASE onde o trabalho com aço (chapas de aço
permitiram a produção de bens de consumo e principalmente o carro), o aperfeiçoamento
do dínamo (parte fundamental da mobilidade da eletricidade em todo tipo de
transporte urbano); a invenção do motor a combustão interna (automóveis,
caminhões etc) etc. Tudo isso gerou uma enorme demanda por administrar o caos
que se instalou nas grandes fábricas e nas grandes cidades. A administração passa
a ser vista como uma solução não somente por autoridades governamentais, mas
também pela ascendente classe industrial ávida por produtividade.
Exercício: a defesa de Eliana
Pergunta: Como você agiria no lugar
da Eliana?
Resposta: a empresa “Dinosaurius”
é obviamente uma alusão ao fato da empresa ser bem atrasada (para não dizer
pré-histórica) em termos de administração, mas em relação ao que temos hoje em
dia. A Revolução Industrial sem dúvida nenhuma foi um período de grande
inovação, mas em vista do sistema de transporte, comunicação, logística e maquinas
que temos hoje é uma ofensa atestar que uma empresa vive na “Era da Revolução
Industrial”. Eu (no lugar da Eliana), afirmaria que todas as medidas estão
sendo tomadas para adentrarmos na Era da Revolução Informacional (que é o período
que vivemos hoje)
Influência dos Economistas
Liberais
A partir do século XVII ficou
evidente que o ritmo de inovações das indústrias era muito maior do que a
capacidade dos Estados (governos nacionais) em legislar para criar condições para
que esse crescimento fosse aproveitado ao máximo. Dai surgem as ideias liberais
(liberar a economia da morosidade do Estado-Governo). Segundo “o liberalismo a
vida econômica deve afastar-se da influência estatal, pois o trabalho segue os
princípios econômicos e mão-de-obra está sujeita as mesmas leis da economia que
regem o mercado de matérias primas ou comércio internacinal” (pag36). Os empresários
queriam ter liberdade (liberais) para poder seguir a tendência do mercado global
e não das leis nacionais.
Um dos grandes fundadores do
liberalismo é Adam Smith (1723-1790) que postulou que o fundamento do
liberalismo é a competição. O mercado não precisaria da mão do Estado-
Governo,
mas a própria competição entre as empresas em um mercado livre seria gerida por
uma “mão-invisível” que sempre estabeleceria “naturalmente” uma competição justa.
Em seu livro “A Riqueza das Nações” o economista aponta que neste ambiente de competição
e livre mercado as Nações precisa se aprimorar em termos de organização: “Para
Adam Smith a origem da riqueza das nações reside na divisão do trabalho e na especialização
das tarefas” (pag 37). Ou seja, precisam se organizar melhor o que quer dizer
um melhor sistema administrativo para buscar mais eficiência e competir de
forma competitiva no mercado global.
Já Karl Marx essa “mão invisível”
era uma ficção que geraria em breve uma situação caótica na economia global “o
capitalismo é um modo de produção transitório sujeito a crises econômicas cíclicas
devido as suas contradições internas e constitui uma etapa do desenvolvimento
da sociedade em direção ao modo de produção socialista e ao comunismo” (pag
37). Para o autor, o jogo da competitividade inevitavelmente iria gerar o caos
e o sistema desmoronaria abrindo espaço para uma sociedade onde tudo fosse
comum (comunismo, comuna, comum) ou seja, tudo de todos. De fato, o capitalismo no início
deste período era caótico e muito mal organizado o que gerava um conjunto de
revoltas e contestações que de fato perigavam para uma “Revolução do
Proletariado” como de fato aconteceu com alguns países menos organizados. No
entanto, a ameaça “vermelha” ou “comunista” acabou por levar ao um
aprofundamento mais constante por métodos administrativos mais eficientes. Esse
é um dos motivos da ascensão da administração como disciplina científica e acadêmica.
Metodologia de Gilberto: voltando
ao caso introdutório
Pergunta: Você acha que Gilberto
tem razão? Explique.
Resposta: Sem dúvida alguma Giberto tem
razão em afirmar que o diagnóstico organizacional (análise e apontamento dos
problemas e vantagens de uma organização) é sem dúvida mais importante que a terapêutica
organizacional (ficar motivando as pessoas em uma espécie de terapia afim de
que elas melhorem sua produtividade), no entanto o diagnóstico é só uma etapa
inicial do processo de melhoria administrativa. É preciso avançar para a implementação
efetiva das mudanças.
Influência dos Pioneiros e
Empreendedores
As mudanças estruturais decorrentes
da Revolução Industrial geraram muitas demandas por organização e consequentemente
por administração. Até então a administração não era um conceito associado
intimamente ligada as industrias ou a produção “antes de 1850 poucas empresas
tinham uma estrutura administrativa que exigisse os serviços de um
administrador em tempo integral” (pag 38). Mesmo grandes corporações relutavam
em empregar administradores preferindo colocar “pessoas de confiança” do que
profissionais que ainda carecida da devida formação (até então não havia cursos
oficiais de administração). Esse era um desafio e tanto para os capitalistas e
somando-se a esse fato havia a possibilidade real de uma “Revolução Comunista”
em muitos países: “A organização era um desafio tão ou mais difícil do que a criação
das empresas. A impressionante magnitude dos recursos que conseguiram reunir
complicava tudo” (pag 40).

“Na virada do século XX, grandes corporações
sucumbiram financeiramente. É que dirigir grandes empresas não era apenas uma
questão de habilidade pessoal como muitos empreendedores pensavam. Estavam criadas
as condições para o aparecimento dos grandes organizadores da empresa moderna. Os
capitães da indústria (pioneiros e emrpreendedores) cederam lugar para os
organizadores” pag 40.
Esse foi o processo de consolidação
da administração como elemento fundamental do mundo corporativo moderno...
Exercício: a Estratégia da Regência
Sapatos
Resposta: A chamada “estratégia
de integração vertical” tem seu ponto forte na intensa redução dos custos
operacionais devido a concentração de todas as etapas da produção (da matéria
prima até o produtivo final) o que gera enormes economias em escala. Mas, o
lado negativo desta estratégia é que limita a diversidade de produtos uma vez
que manter uma operação vertical com várias matérias primas elevaria o custo e com
isso se perde a vantagem da economia em escala. A “estratégia de integração horizontal”
por sua vez também tem sua vantagem no fato de atender a públicos diversos dando
autonomia as lojas locais para escolherem produtos de acordo com a demanda
local, mas é limitada em termos de economia de escala uma vez que vai trabalhar
com inúmeros fornecedores o que diminui o poder de barganha frente a eles. As
duas estratégias tem seus pontos fortes e seus pontos fracos.
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