28 de ago. de 2009

Respondendo a internauta Amanda: a influência da Teoria de Sistemas na Gestão de Pessoas.

Obrigado pela mensagem! Sempre repito que a idéia é transformar a Radioblogtv em uma Universidade On-line, mas de um tipo bem diferente. Um formato diferente. Formato esse que ainda estou trabalhando...rs

Agora quanto a pergunta: a influência da teoria geral de sistemas na gestão de pessoas. Ela é fantástica! O grande desafio não é difundir a teoria de sistemas, mas ensinar as pessoas a entender e reconhecer sua lógica. A teoria de sistemas não é de hoje. Ela é tão antiga quanto a Teoria Geral da Administração. Ela acompanha o mundo dos negócios desde os seus primórdios mercantilistas.
A Teoria de Sistemas diz respeito basicamente a forma como ocorre a chamada convergência. O que é convergência? É quando conjuntos de atividades (ou ações) diferentes vão para o mesmo lugar. Poderíamos chamar a busca desta convergência de “foco”? Me acompanhe ai! (rs). Teoria de sistemas, em um português bem simples e claro, é isso. É como olhar para um ralo de pia, de piscina ou para um rio que corre para o mar Amanda. Para pensar em Teoria de Sistemas é preciso pensar em convergência. Como uma empresa consegue unir setores diferentes em um único setor? Como ela consegue agir com foco?
Lembra do jargão “pensar das partes para o todo”. Pensar das partes para o todo é pensar também em termos de convergência (existem muitas pias e muitos ralos, mas existe um único lugar onde toda essa água vai ser depositada). Pensar em sistemas abertos é pensar como algo (uma organização) pode continuar “recebendo” e “crescendo” continuamente. (como o mar cresce e não transborda? Como a represa de tratamento de água cresce e não estoura). Como ela (essa organização) lida com esse metabolismo acelerado de crescimento? Como opera a “auto-regulação” para que o sistema não entre em colapso.
Entramos em outro chavão: feedback. Como funciona o sistema de realimentação de uma organização (feedback). Sabemos que essa realimentação pode ser positiva ou negativa. Daí já entramos na idéia de estruturas (organizações) que podoem ser dissipativas (que se dissipam, se desfazem) que quando crescem tomam o rumo da desagragação e dissolução (a empresa quebra, represa estoura) ou das estruturas de autopoiese (as que geram vida através da vida ou crescem através do ato de crescer, organizações de aprendizagem. Quanto mais desafios mais crescimento organizacional). Passamos do ralo da pia para a represa e da represa para o mar. Rápido? Coisas diferentes? Mas, continue comigo Amanda! Vamos entrar em outro termo de chavão: autopoiese. Esse é mais raro, mas continue comigo...
“Auto, naturalmente significa “si mesmo” e se refere a autonomia dos sistemas organizados, e poiese – que compartilha a mesma raiz grega com a palavra “poesia” – que significa “criação” e “construção”. Portanto autopoiese significa autocriação. (Capra, A Teia da Vida, pg.88)
O que quer dizer? Quer dizer que todas as organizações passam por isso. Se não crescem morrem, mas se crescem sem gerar autopoiese morrem também. Uma represa que não recebe água não serve para nada, mas uma que recebe água demais e não lida bem com isso é um perigo! Essa represa precisa saber do seu todo (quanto espaço ela tem) para lidar bem com suas partes (quantos ralos vão enviar água para mim). Continue comigo Amanda...rs
As organizações que crescem tem que gerar processos de autopoiese (processos de autocriação), mas não podem fazer isso sem as pessoas porque é por meio das pessoas que ocorre a alimentação positiva ou a negativa. Ela precisa saber de suas partes para lidar bem com o seu todo. Se você não cria um processo de gestão de pessoas (para saber de suas partes) como você vai saber se esse volume de crescimento (vazão da água para a represa) pode ser trabalhado? Crescimento nem sempre é positivo! Muitos dizem “ahh, estamos bem nossa empresa esta crescendo!”. Olhe a GM e você verá que isso não é inteiramente verdade. Eles cresceram mais do que nunca. Se tornaram a maior empresa automobilista do mundo e caíram. Na souberam lidar com o crescimento...
O crescimento pode gerar uma alimentação positiva (colaboração, comprometimento, fidelidade, inovação, idéias circulando etc) ou pode gerar uma alimentação negativa (exploração, contenda, infidelidade, tédio, resistência, conflito). Algumas organizações que geram processo de alimentação positiva gritam: nós vamos conseguir, nós vamos crescer juntos, vamos enfrente! Outras que geral processos de alimentação negativa dizem: nós não vamos conseguir, estamos aqui só para ganhar o que der, cada um por si, aqui só penso em mim, empregados em acho aos montes, não quer a vaga tem quem quer).
Para funcionar um organismo vivo (onde é baseada a teoria de sistemas) tem que agir em conjunto e cooperação mútua. Todas as células tem que saber qual a sua função. Tem que saber exatamente qual a sua função. Quando uma célula, uma só célula, se perde e não sabe qual sua função e começa a fazer demais ou de menos do que lhe cabe ela dá início sabe ao que? Ao câncer...
Isso mesmo! O câncer nada mais é do que uma célula que não trabalha em conjunto com as demais fazendo demais ou fazendo de menos e com sua atitude contamina todas as outras espalhando isso por todo o corpo até levá-lo a completa dissolução. Ou seja, a morte! Sem atingir um padrão de funcionamento para cada etapa de seu crescimento o corpo (ou a organização) corre o risco de desenvolver um câncer... Por isso todos nós temos uma coisa chamada “padrão”. Padrão quer dizer a “a maneira exata” de crescer. Temos um padrão de crescimento reconhecido universalmente. Quando uma criança sai deste padrão ela é considerada sob “observação”. As empresas também tem padrões de crescimento. Cada uma tem seu modo, mas o padrão é o mesmo para todas: elas tem que re-criar a si mesmas o tempo todo.
“A autopoiese, ou “autocriação”, é um padrão de rede no qual a função de cada componente consiste em participar da produção ou transformação dos outros componentes da rede. Dessa maneira, a rede, continuamente, cria a si mesma. Ela é produzida pelos seus componentes e, por sua vez, produz esses componentes” (Capra, A Teia da Vida, pg, 136)
Quer melhor definição de Gestão de Pessoas do que essa! Essa é a base da Teoria de Sistemas, Amanda...rs. Ainda de quebra vem uma palestra sobre Gestão de Pessoas e Crescimento desordenado (sem padrão). Muito boa! Assista o filme abaixo:



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