Revista Exame O Melhor de Peter Drucker – a grande mudança do nosso século

Em cento e cinqüenta anos, de 1750 a 1900, o capitalismo e a tecnologia conquistaram o globo e criaram uma civilização mundial. Nem o capitalismo nem as inovações técnicas eram novidade, ambos foram fenômenos comuns, recorrentes ocorridos em todas as épocas, no Ocidente e no Oriente. O que era totalmente novo era a rapidez de sua difusão e o alcance global das culturas, classes e da geografia. Essa velocidade e esse escopo converteram o capitalismo em “Capitalismo” e em um “sistema”, e os avanços técnicos na Revolução Industrial. Pg. 17 – Revista Exame - O melhor de Peter Drucker - o homem, a administração e a sociedade

A grande expertise de Peter Drucker era ver a sociedade como um único elemento e não como partes. Para ele não existia empresa e sociedade, governo e sociedade civil ou indústria e varejo, para ele tudo funciona integrado e de forma sistêmica. Daí ele não dar tanta importância para as revoluções técnicas (como muitos fazem), mas dar importância sim para o “uso” destas novas técnicas. Para Drucker enquanto não existe um uso sistêmico (uso integrado) entre novas técnicas e a sociedade estas não podem ser consideradas como uma inovação (não podem ser consideradas como tecnologias).

Veja que ele engloba a palavra “cultura”, “classes (sociais)” e a geografia. Foram esses três elementos que converteram o capitalismo em “Capitalismo” (Capitalismo com C maiúsculo) e em um sistema (ou seja, algo integrado que funciona integrando e englobando outros sistemas). É essa visão que leva a administração em outro patamar e que nem um outro teórico chegou. O Jim Collins é bom, mas ele não tem a abrangência teórica de Peter Drucker...

A internet, com o modelo Web 2.0, chega bem perto das condições que Drucker afirma ser de momentos de grande transformação porque ela afeta também elementos culturais, demográficos e geográficos! E agora falta a questão do uso que ainda esta muito caótico...