2 de jun. de 2009

Gestão de Pessoas: O que é comunicação organizacional

Bom este é um questionário que estou respondendo para uma estudante de Comunicação Organizacional e achei legal compartilhar com os meus colegas internautas.

O que é comunicação organizacional?

É maneira como você transmite uma mensagem dentro de uma determina cultura organizacional. Você precisa conhecer a cultura organizacional para poder desenvolver um processo de comunicação organizacional. Quando um líder pede agilidade em uma empresa como o Google ele quer dizer “crie produtos conectados uns aos outros”, mas quando ele pede agilidade dentro de um hospital ele quer dizer “atenda com calma e segurança o nosso paciente”. Fora destes ambientes organizacionais, no entanto, agilidade quer dizer rapidez. Dependendo da cultura organizacional (e do ramo de atuação é lógico) as palavras tem sentidos muito diferentes e quem trabalha com comunicação tem que saber disso.

Como ela se aplica no meio que vivemos?

Em tudo! De fato, temos a palavra comunicação como elemento central. Ela é o substantivo e o adjetivo é organizacional. Como vivemos em sociedades de organizações (como dizia o velho Peter Drucker) a nossa comunicação passa a ser cada vez mais mediada pela organização. O grande desafio é que as organizações estão cada vez mais sofrendo um processo de intersecção. Elas estão se mesclando cada vez mais. Empresas são compradas, são fundidas, são tornadas parceiras, são fornecedores, são stakeholders, são colaboradores etc. Vivemos em mundo cada vez mais sistêmico e isso exige uma comunicação sistêmica. Ou seja, integrada e integradora de várias organizações.

Qual o grau de importância da comunicação em uma empresa?

A importância é gigantesca. As mudanças em termos de mercados e, conseqüentemente em termos de parceiros, são cada vez mais rápidas. O consumidor hoje é globalizado e tem uma centena de opções de compra e serviços. Cada vez que um processo de comunicação organizacional (comunicação interna e externa) é atravancado esse cliente vai imediatamente olhar para um outro prestador de serviços e se ele constatar que aquela empresa é mais organizada você perdeu o cliente. Sem contar com o efeito cascata onde um consumidor se comunica com o outro “prevenindo-o” desta ou daquela organização. Basta dar uma volta no Orkut ou em portais como “Reclame-aqui “ para atestar a importância da comunicação organizacional. Na internet esse processo é ainda mais agressivo e rápido. A pessoa entra em um portal para ler um artigo e se ela não gostar das primeiras três linhas ela desiste de ler o restante e vai embora. A comunicação tem que ser eficaz...

Sugira em ordem os 10 passos da comunicação empresarial?

Para responder isso vou levar em conta que a comunicação empresarial tem por objetivo não somente agilizar processos internos, mas também criar processos externos de captação, manutenção e expansão da rede de clientes. Então como o foco central é cliente vou delimitar os dez pontos desta forma:

Primeiro: para onde ir –

Segundo: como ir –

Terceiro: com quem ir

Quarto: o que levar

Quinto: o que fazer

Sexto: para quem fazer

Sétimo: o que agregar

Oitavo: como divulgar

Nono: a quem divulgar

Décimo: como vincular

Um profissional dessa área é bem remunerado?

Sim! Mas, o interessante desta área é que não existe especificamente um profissional, mas sim uma pessoa que exerce bem esta atividade. A pessoa que exerce bem esta atividade é bem remunerada e bem requisitada sim.

Qual o seu gral de realização profissional?

O meu é grande! A melhor atividade do mundo é aquela onde você aprende todos os dias. Eu aprendo todos os dias com a minha atividade. Eu lido com diferentes públicos, de diferentes classes sociais, diferentes culturas, diferentes regiões e com diferentes formações. Esta diversidade me garante um aprendizado que serve não só para minha vida profissional, mas para minha vida pessoal também.

Para quem deseja ingressar neste meio, o que você sugere?

Sugiro duas qualidades ou dois objetivos a serem alcançados para quem quer ingressar nesta atividade. A primeira atividade abre o canal e a segunda deixa ele ativo e vigoroso.

Primeiro tem que gostar (ou aprender) de se comunicar. Parece obvio, mas não é. A comunicação é uma via de mão dupla. Você faz um som e tem que ter resposta do outro lado. Às vezes a resposta não é a que você queria, mas geralmente (na esmagadora maioria das vezes) é a que você precisa. Mesmo aquele que quer te “arrasar” (falar mau do seu trabalho) tem algo muito valioso a te acrescentar. É preciso deixar a via de retorno sempre aberta e isso nem sempre é fácil. Por isso a pessoa tem que gostar de se comunicar independente do eco que venha do outro lado. Tem que gostar primeiro do meio (se comunicar) e não se apegar estritamente no fim (ter um excelente retorno). Com isso você passou na primeira etapa.

O segundo é que tem que gostar (ou aprender) de vender. Isso mesmo! Um comunicador é alguém que vende algo: uma idéia, um produto, uma empresa, uma pessoa etc. Muitos confundem informação com comunicação. Uma placa informa alguém, mas uma pessoa comunica. Muitos comunicadores agem como placas de rua: só informam. A informação é impessoal, mas a comunicação é extremamente pessoal. A informação é fria e distante, mas a comunicação é quente e aproxima. Para você saber se esta comunicando ou informando é preciso passar pelo teste de venda. As pessoas só compram aquilo que tem valor e agrega valor para elas. Sem o processo de comunicação isso é impossível de se realizar em sua totalidade.

Se você aprendeu a gostar do meio (se comunicar) agora vai passar a gostar do fim (se comunicar bem). O primeiro permite que você sobreviva na atividade e o segundo permite que você tenha sucesso nela.

A Comunicação Empresarial tem assumido, nos últimos anos, maior complexidade, tendo em vista a necessidade de trabalhar com diferentes públicos (portanto diferentes conteúdos, discursos ou linguagens). Qual seria a maior dificuldade nessa área?

É verdade. O maior desafio hoje é trabalhar a comunicação organizacional em um ambiente onde cada vez mais setores e nichos de mercado tem seus limites cada vez mais imperceptíveis. As parcerias entre corporações crescem no mesmo ritmo em que os públicos se misturam e isso exige um processo de comunicação simples, mas extremamente sofisticado em termos de estrutura. Cada palavra tem que ser bem pensada e contextualizada. Imagem, som e palavras tem que estar sistemicamente conectadas para produzir o efeito esperado.

No meu trabalho eu tenho que receber o feedback do usuário (e-mail, mensagens, votação, recados etc) comparar dados estatísticos de acesso (Google Analytcs) e usar o feeling acumulado (minha percepção) para decidir a respeito das melhores opções de comunicação. E vale lembrar que na era em que vivemos a forma vale mais que o conteúdo. Você pode servir água em um pinico ou em uma jarra de cristal ao seu cliente. A forma (o recipiente) não pode efetivamente alterar o sabor do conteúdo, mas subjetivamente ele (o recipiente) o altera radicalmente no que se refere a visão do cliente.

Esse elemento é extremamente importante em termos de comunicação organizacional e no que se refere a web 2.0 ainda mais determinante. Não foram raros os casos em que pensei estar servindo meu cliente em uma taça de cristal e estava (na visão dele, do receptor) servindo a ele em um pinico. É preciso pensar em termos de comunicação (proximidade com as pessoas, comunicação ativa, quente, pessoal e comprometida) ao invés de em termos de informação (distância, fria, impessoal e descomprometida). Por isso precisamos pensar nas pessoas e nos relacionar com as pessoas, precisamos nos comunicar e não ficar nos informando com tópicos de notícias!

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