19 de ago. de 2008

Lições de Liderança Filme "Os Incríveis": da liderança egoísta ao trabalho em equipe familiar.

Este artigo é em homenagem ao meu amigo e agora leitor da Radioblogtv Leone Silva do Grupo Santa Clara - Logística Corporativa. Ele me lembrou deste artigo que foi escrito no tempo do lançamento do desenho! Encontrei outros artigos antigos que vou postar aqui! Valeu Leone!

O filme "Os Incríveis" é fantástico! O filme serve bem para demonstrar a diferença entre ser líder e ter liderança. O filme começa, ironicamente, com uma entrevista do Sr Incrível. O cara resolve tudo! Ele é o centro de todo o processo afirmando que sem ele a humanidade não subsistiria: você pode salvar a humanidade quantas vezes você quiser, mas lá está ela se metendo em encrenca novamente. O individualismo é marca registrada dos “líderes” que podem ser perfeitamente identificados na entrevista dos “heróis”.


Eles trabalham sozinhos, são decididos, autônomos, ousados e, acima de tudo, presunçosos. No filme as situações iniciais sempre mostram a luta por “créditos” frente a sociedade tal como os líderes de rganizações empresariais buscam créditos frente aos seus superiores ou acionistas. Tudo gira em torno do “eu” apesar de envolver o “nós”. A questão é que, como sempre ocorre, uma hora o líder comete um erro. A busca frenética por resultados deixa o líder mais vulnerável a isso. Não é só seu salário, sua posição social ou sua carreira que está em jogo. Neste momento algo mais precioso para ele está em jogo: o seu ego. O Sr. Incrível salva uma pessoa que não queria ser salva e é processado. Ele não se atentou para as circunstancias.

Agiu instintivamente, mas no fundo do seu altruísmo ele buscava "resultados". O Sr. Incrível tenta resolver muitas coisas ao mesmo tempo (ajudar a polícia, salvar um gatinho, salvar um suicida, salvar um garoto fanático e ainda casar) , típico de todo líder de organização empresarial, e isso tira o foco de sua ação. O processo leva o Sr.Incrível ao banco dos réus e tal como todo o líder ele cai sozinho. Os seus “fãs”, e todos aqueles a quem ele “salvou” e “ajudou”, lhe viram as costas. Afinal, ele trabalha sozinho! Instintivamente todos gostam de ver a queda de um líder para provar a si mesmo que não há diferença entre nós e eles. É o que diz o Bochecha (o garoto fã que se torna vilão): eu também posso ser herói (líder) apesar de não ter superpoderes (cargo).

A conspiração começa no exato momento em que o Sr. Incrível (líder) diz: eu trabalho sozinho (eu tenho glória sozinho, o sucesso é meu, só meu!). Processado e cassado em sua "licença de super-herói" o Sr. Incrível se vê sentado em uma minúscula mesa de um serviço tedioso com um salário minúsculo com um chefe que é tão ou mais arrogante do que ele. O detalhe é que ele é um tampinha ridículo dotado de super-poderes (cargo) que defende na teoria, e ironicamente, que uma empresa é como um relógio: engrenagens bem ajustadas (trabalho em equipe).

O Sr. Incrível sente na pele o que é ser “comandado” sem receber “glória”. Claro que essa sensação em nada é agradável e produz efeitos colaterais na personalidade do nosso Sr.Incrível: raiva e desejo de mais glória. O Sr. Incrível dentro deste contexto se sente deprimido e presa fácil para o seu próprio ego. O passado glorioso lhe assombra dia a dia. O desejo de reviver os momentos de glória e sucesso lhe são um tormento diário. Uma nova proposta, um novo emprego, uma nova chance de ser “o cara”. O líder demora para aprender as lições porque ele mais “sente” as coisas pelo seu “ego” do que aprende as coisas pela sua “razão”.

Ele não ouve as pessoas, mas ouve apenas o seu “ego” e o desejo de ser “mais” novamente. O Sr. Incrível ignora tudo em nome do sucesso. Ignora seus filhos e sua esposa. Tal como aquele líder que se dedica ao emprego 24hs a fim de alcançar o almejado sucesso. Trabalha até mais tarde, leva trabalho para casa e dorme sonhando com o que tem que resolver no dia seguinte. Ele trabalha sozinho porque quer a glória sozinho. Não sabe dividir. Isso torna-se, novamente, pedra de tropeço para o Sr. Incrível. Novamente a sua busca por “resultados” o torna vulnerável para a queda: cai sozinho. No filme ele tem uma equipe, que apesar do seu egoísmo e na sua falta decomprometimento com ela, insiste em resgatar o herói solitário (líder solitário).

Em todo o processo de resgate vão se dissolvendo as instancias hierárquicas que antes separavam esposa e marido; filhos mais velhos e filhas mais novos; meninas e meninos; corajosos e medrosos etc. Uma verdadeira revolução organizacional se opera naquela família. Uma hierarquia horizontal é sedimentada substituindo o velho sistema hierárquico (comando e controle) estabelecido pelo Sr. Incrível. Ele sabe que não mais pode enfrentar Kronos (o robô do vilão Bochecha) sozinho e tem que depender da mulher e dos filhos. Para o nosso herói (líder) Sr. Incrível é meio difícil reconhecer isso, mas com muito custo ele o faz. Os resultados são, de fato, fantásticos.

Nesse processo o todo poderoso Sr. Incrível (solitário, decidido, autônomo, ousado, acima de tudo, presunçoso), dá lugar aos Incríveis que são uma equipe coesa, solidária e altamente comprometida. A partir deste ponto o Sr.Incrível não é apenas um líder, mas também exerce liderança uma vez que ele reconhece abertamente a importância da sua equipe no seu desempenho.




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