O maior legado de Steve Jobs foi
sua própria reinvenção...
Steve Jobs sem dúvida nenhuma foi
um gênio do business global contemporâneo...
Ele foi um gênio não porque
deixou a sua corporação no topo do business global. Não isso pode ser
conseguido com alguns números fora do lugar e algumas ações do tipo “xadrez”. Não,
isso não foi o importante na vida deste cara. O que realmente admiro na
genialidade deste cara é que ele começou a vida no mundo dos negócios com uma
ousadia e uma arrogância sem precedentes. Eles simplesmente achava que era
filho dos deuses gregos. Essa ousadia levou a Apple (uma empresa literalmente
de fundo de garagem) a ser uma das maiores empresas de business do mundo. Nós podemos
admirar a genialidade de Bill Gates, mas não podemos negar que Bill Gates veio
de uma família extremamente estruturada, de classe média alta e que esta deu uma baita força para o garoto
iniciar-se no mundo dos negócios. Isso, de forma alguma, tira o mérito de Bill Gates,
mas agora vamos dar uma olhada em Steve Jobs...
O garoto foi rejeitado pelos pais
biológicos. Não me peça para usar meias palavras porque isso é o que significa
ser “colocado para adoção”. Só esse fato já serviu de base para inúmeros
psicólogos e psiquiatras justificarem casos de roubo, estupro, assassinato e
drogas cometidos por crianças que “não tiveram um lar estruturado” ou “foram
rejeitadas”. Mas, esse cara não somente superou rapidamente isso (os pais
adotivos deles foram 10, segundo ele), mas ele ousou ir além disso. Ousou
questionar a finalidade de sua existência. Ousou questionar a mediocridade do
mundo corporativo contemporâneo (dos jovens em especial) que somente querem um
terno e gravata, um cabelo engomado, um carro esportivo do ano para se tornarem
“vencedores” . Jovens que se contentam em freqüentar bares badalados e beijarem
uma dúzia de garotas em um dia. Não esse garoto era diferente!! Um garoto que
ousou desafiar um dos maiores executivos da época com uma frase que se tornou a
marca registrada de uma geração que acredita na revolução: “Você quer
passar o resto de sua vida vendendo água com açúcar ou quer ter a chance de
mudar o mundo?”– em entrevista a John Sculley para o livro “Odyssey: Pepsi”
Um cara que depois de ter sido endeusado como o
gênio do business global antes mesmo dos 30 anos foi literalmente chutado da
empresa que criara porque sua arrogância superou em muito a sua ousadia. Um cara
que conviveu com o estigma de ser dirigente da “segunda melhor empresa” (a
primeira sempre fora a Microsoft) e logo depois a sua expulsão da Apple com o
estigma do “gênio fracasso e tomado pela loucura” tendo que viver a sombra do
seu arqui-rival (não ousaria dizer arqui-inimigo, mas muitos sim) que
desfrutava das capas de revistas e figurava na lista dos homens mais ricos e
bem sucedidos do mundo. Esse cara viveu muito tempo sobre a sombra do rei dos Nerds:
Bill Gates. Um cara que teve que assistir do lado de fora a empresa que criara
se afundar na mediocridade (a qual ele tanto odiara e combatera) e despencar em
sua lucratividade a ponto de ir quase a falência...
Mas, o incrível deste cara é que ele teve a
capacidade de aprender com essa situação, ele teve a capacidade de se refazer
no ostracismo, teve a capacidade de acreditar que ele poderia fazer diferente,
que ele poderia fazer melhor. Ele teve a capacidade de olhar para Apple e
acreditar que um dia ele seria grande mesmo com todas as evidências de que ela
nunca chegaria ao status da Microsoft em termos de lucratividade e em termos de
influência global. Esse cara viu o que ninguém viu, o que ninguém ousava ver:
ele viu um futuro esplêndido para a Apple. Mas, antes de tudo ele viu que ele
deveria mudar para se tornar o líder que a Apple necessitava. Ele teve a
capacidade de reconhecer seus erros e assumi-los publicamente:
“Eu não percebi isso na época, mas ter
sido demitido da Apple foi a melhor coisa que aconteceu
comigo. (...) Foi um remédio com gosto horrível, mas acho que o paciente
precisava dele”. – discurso durante entrega de diploma de Stanford, 2005
“Se eu estivesse liderando a Apple, eu
apostaria tudo pelo Macintosh e depois me ocuparia com um próximo grande
lançamento. A guerra do PC acabou, a Microsoft venceu há muito tempo” – Revista
Fortune, 1996
Esse cara realmente acreditava que o importante
não era o dinheiro, mas criar algo inovador. E para fazer algo assim ele
precisava inovar a si mesmo! Chutado da própria empresa, sofrendo terríveis
ataques da imprensa, sendo comparado como o lado Hyde (paródia do livro O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde) do mundo dos
nerds esse cara se refez. Ele se reinventou! Ele comprou uma empresa
praticamente falida e tornou em um dos maiores ícones da área de
entretenimento. Ele acreditou em pessoas. Tirou caras da Disney que estavam
desacreditados (tal como ele estava) e transformou esses caras rejeitados em
uma das maiores equipes de criação da sociedade contemporânea. Depois de provar
seu valor “fora” da Apple, voltou ovacionado a empresa. Ao invés de procurar vingança
e se vangloriar ele simplesmente optou pela ousadia. Agora sem a gigantesca
sombra da vaidade e da arrogância pessoal (sempre resta um pouco dela, é da
natureza humana) ele somente se aplica apenas em ser ousado. O resultado disso
podemos ver nas ruas do mundo todo, nas mãos dos jovens, dos velhos, das mulheres,
dos ricos, dos pobres, nos números da bolsa de valores...
Não vou aplaudir Steve Jobs porque ele deixou a
corporação mais lucrativa do mundo, mas vou aplaudir Jobs porque ele deixou uma
das maiores lições de mudança de atitude e humildade do mundo corporativo. Vou aplaudir
esse cara porque reconheço que a maior inovação que ele fez foi reinventar-se
como pessoa e mostrar ao mundo que resultados não estão inquestionavelmente
ligados a mercados, produtos ou estratégias, mas estão inquestionavelmente
ligados a nossa própria atitude frente a esses fatores...
Faça como Steve Jobs, inove-se...
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